Páginas

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Prémio FATAL Cidade de Lisboa 2016

Atribuído, pelo Júri, ao espectáculo mais inovador apresentado no Festival
Com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa

A Constante Macabra
De André Antibi, Bárbara Pereira, Carina Fernandes, Carlos Neto, Guerra Junqueiro, Inês Lopes, João Nemo, Ken Robinson, Matilde Simões, Trevor Nunn (a partir de T.S. Eliot) e W. B. Yeats
TEUC | Encenação de Catarina Santana e Marta Campos
Universidade de Coimbra

O Prémio FATAL – Cidade de Lisboa, patrocinado pela Câmara Municipal da mesma cidade, pretende distinguir o espectáculo mais inovador apresentado à competição neste festival, através da evocação escultórica da fragilidade e do risco decorrentes dos processos de criação associados ao Teatro Universitário, assim como à criação artística em geral, cuja natureza, devido a uma paradoxal estabilidade incerta, sugere a elevação do espectáculo laureado à cátedra fatal.

Com efeito, semelhantes responsabilidade e assento (embora de nomeação efémera) não convidam, numa primeira instância, ao sentimento de orgulho que seria desejável e, muito ao invés do esperado, virtuoso. Não, uma condenação deste género não é motivo para auto-realização, mas o significado a si inerente já o é.

Quando falta a voz ao cidadão comum para clamar pela liberdade de expressão, de pensamento e de espírito crítico, exigindo assim o seu direito à constituição de uma opinião individual, embora destinada à ruptura da mecanização social pela via da instrução, a única possibilidade é metaforizar a rouquidão através de uma outra linguagem, mais primária ainda do que aquela através da qual nos exprimimos hoje e que é fundamentalmente desencriptada, a linguagem do corpo.

«Elementar» não é necessariamente um termo pejorativo. Pelo contrário, revela essência, matéria-prima, primordialidade. Assim, a existência de múltiplas essências ou matérias-primas, independentes entre si, mas que correlacionadas ofertam um muito maior potencial, é patente no espectáculo galardoado, que brinda o espectador com Teatro de proporções transcendentalmente épicas, unindo a si a Música e o Cinema, com espaço para a partilha globalizante de milho torrado, que não deixa de ser um acto de irmandade.

Decide assim o júri, pela inovadora interacção entre público, músicos, intérpretes e respectivas contribuições de cada um dos elementos, no intuito de uma problematização comum que leva o Teatro às suas origens reflexivas, atribuir o Prémio FATAL – Cidade de Lisboa ao espectáculo A Constante Macabra, do TEUC – Teatro dos Estudantes da Universidade de Coimbra.

Sem comentários:

Enviar um comentário