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segunda-feira, 9 de maio de 2016

Menção Honrosa FATAL 2016

Atribuída pelo Júri do Festival

Ninguém Se Mata Duas Vezes Da Mesma Maneira
Texto de A. Branco
Fc-Acto | Encenação de A. Branco
Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa

Alguns espectáculos seduzem pela exuberância de meios e formas, outros pela economia dos mesmos, pela sobriedade e contenção, provando que, na realidade, less pode ser more e com poucos meios se pode fazer bem e diferente.

Os efeitos de luz e som, usados na justa medida e alguns adereços modestos mantiveram o carácter minimalista – quase a roçar o conceito de teatro pobre, de Grotowski. Processo cénico inovador, em que o encenador introduz aquilo que designa, com algum humor, como "técnica mista": narração em voz off, ilustrada, de forma nem sempre coincidente, por oito pares de atores, correspondendo ao número de palavras que compõem o título.

Joga-se com a surpresa do espectador, à medida que as regras do jogo se vão alterando ligeiramente a cada momento, ao mesmo tempo que se abre um espaço em que cada um é livre de "imaginar" o que é apenas sugerido por ambos os processos narrativos.

Interpretações seguras, contidas, uniformes.

Pelo experimentalismo, pela contenção, pela abolição de tudo quanto é desnecessário, levando o espectador a concentrar-se de forma absoluta na voz narrativa e nos atores, pelo envolvimento do espectador na construção da ficção, decidiu o júri atribuir uma Menção Honrosa ao espectáculo Ninguém se mata duas vezes da mesma maneira, da responsabilidade do grupo Fc-Acto.

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